COOPERATIVAS AGRÍCOLAS DO PARANÁ INICIAM PARCERIA COM EMPRESA ALEMÃ PARA PRODUÇAO DE HIDROGÊNIO VERDE E DERIVADOS
A Cooperação Brasil-Alemanha para o Desenvolvimento Sustentável e a empresa alemã Mele Gruppe de Torgelow anunciaram a parceria público-privada com duas cooperativas agrícolas do Paraná — Cooperativa de Energias Renováveis e Saneamento Rural (Coopersan) e a Cooperativa de Energias Sustentáveis (Ambicoop) — para expansão do mercado de hidrogênio verde e derivados. A iniciativa visa converter o gás metano dos resíduos animais em energia sustentável. Ela envolve a produção de hidrogênio verde a partir da utilização dos estercos de porco. A capacidade total de produção estimada é de cerca de 275 toneladas de derivados de hidrogênio verde por dia. O acordo de cooperação foi firmado durante visita de uma delegação de Mecklenburg-Vorpommern (estado alemão), liderada pelo chefe da chancelaria, Patrick Dahlemann, que consiste em várias empresas dos setores de energia e meio ambiente, bem como de representantes municipais da Alemanha: “A implementação do projeto representa o início de uma cooperação de longo prazo que servirá para o desenvolvimento futuro da parceria entre Mecklenburg-Vorpommern e Paraná no Brasil. Continuaremos a apoiar este projeto vitrine”.
A parceria receberá financiamento do projeto H2Uppp, programa global comissionado pelo Ministério Federal Alemão de Economia e Proteção Climática, com apoio das Câmaras de Indústria e Comércio Brasil-Alemanha (AHK) no Rio de Janeiro e em São Paulo. O projeto está presente em 17 países, entre eles o Brasil, e prevê investimento total de 2,3 milhões de euros. Dietrich Lehmann, diretor geral do Grupo Mele, comemorou o projeto de proteção climática sustentável: “Trata-se de um projeto internacional que assegura a existência e o desenvolvimento das 332 fazendas de pecuária reunidas em uma cooperativa. Nesta situação vantajosa para ambas as partes, ela faz parte da reorganização do fornecimento de energia e da segurança na Alemanha e em Mecklenburg-Vorpommern”.
Markus Francke, diretor da GIZ Brasil, disse que o projeto é um bom exemplo dos esforços internacionais apoiados pelo governo federal alemão para promover o abandono dos combustíveis fósseis. “A produção e utilização de hidrogênio verde e derivados apoia a transição energética para energias 100% renováveis e, além disso, o desenvolvimento sustentável do mercado no Brasil e no mundo”, declarou.
A expectativa é de que a parceria aconteça até o final deste ano e que possa ser um projeto farol, com capacidade de disseminação e replicação da produção de derivados do hidrogênio verde para outras cooperativas da região, colaborando com os pilares do projeto H2Uppp que são sustentabilidade, impacto positivo social e ambiental, viabilidade técnica e econômica e certificação do bem-estar animal. Entre as vantagens oriundas da parceria e produção de derivados de hidrogênio verde estão a redução do uso de fertilizantes minerais e certificação de bem-estar animal para os 332 cooperados, considerando que o projeto avaliará as cooperativas dentro dos seguintes parâmetros: ambiente — garantindo a liberdade de movimentação e expressão do comportamento animal; sanidade — que evita o desconforto e sofrimento oriundos de ferimentos e doenças; mão de obra especializada para lidar com os animais e alimentação. Além disso, os rejeitos animais deixarão de ser descartados na natureza, evitando a contaminação dos lençóis freáticos da região.
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